novembro de 2021
Decorreu mais um ano em que os alunos participaram na atividade “Campanha Internacional de Caça de Asteroides – IASC (International Astronomical Search Collaboration), que começou no dia 1 de novembro e terminou no dia 26 de novembro. A IASC é um programa de ciência que fornece dados astronómicos de alta qualidade a jovens cientistas de todo o mundo.
Esta atividade pretende observar e acompanhar objetos próximos que possam apresentar risco de colisão com a Terra, NEOs (Near earth Objects), através de imagens obtidas pelo telescópio Pan-STARRS (Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System) localizado em Haleakala (Hawai). As imagens são fornecidas pelo Instituto de Astronomia da Universidade do Hawai, às escolas participantes na campanha. Estas campanhas de observação servem como sistemas de vigilância terrestre sendo acompanhadas de perto pelas várias agências espaciais internacionais.
Os alunos utilizam um software (Astrométrica) para identificar, nas imagens recebidas, pontos que se movimentam. Em alguns casos, esses pontos são asteroides ou cometas já conhecidos, que podem ser localizados a fim de melhorar o conhecimento das suas órbitas. Por vezes, são detetados objetos em movimento nunca antes observados. Após recebidas as imagens, os alunos têm 72 h para analisar os ficheiros e enviar o respetivo relatório que será analisado pelo IASC para possíveis descobertas.
Desde o início de outubro de 2006, os participantes fizeram mais de 1500 descobertas de asteroides, estando apenas confirmadas 59. Esta confirmação é feita pelo Centro de Pequenos Planetas da União Astronómica Internacional, o organismo responsável pelos pequenos corpos do sistema solar (planetas-anões, cometas, asteroides e satélites naturais). Os asteroides confirmados são nomeados pelos seus descobridores. A participação das escolas portuguesas nas campanhas de pesquisa de asteroides faz-se desde 2007 através do NUCLIO (Núcleo Interativo de Astronomia), criado por astrónomos para a divulgação científica. Salienta-se que até ao momento, apenas um asteroide descoberto por escolas portuguesas (em 2012), entre as quais o Agrupamento de Escolas de Valpaços, foi confirmado. Em 2017 esta notícia esteve em destaque na imprensa nacional, tendo-se feito referência ao facto de ser a primeira vez que jovens cientistas das escolas portuguesas teriam a oportunidade de atribuir o nome a um asteroide do Sistema Solar. No entanto, as regras da União Astronómica Internacional obrigaram a quase seis anos de espera até a descoberta poder ser oficializada. O grupo de professores e alunos associados à descoberta tiveram o privilégio de escolher o nome “Lusitano”, para o asteroide.
Na análise das imagens recebidas, da presente campanha, participaram trinta e cinco alunos do 8.º ano turma B, D, E e F; e 11.º F.
As equipas estiveram sob a orientação da professora de Física e Química, Lília Pires. Os alunos fizeram um excelente trabalho, estando os participantes da turma D do 8.º ano, envolvidos nas novas descobertas preliminares de cinco asteroides. Daqui a alguns anos, quando se conhecerem estes asteroides a fundo, nomeadamente a trajetória e o tamanho, o Centro de Pequenos Planetas poderá contactar os alunos que fizeram as descobertas, para lhes pedir que deem nomes aos asteroides. Pelo bom desempenho e interesse na participação desta atividade, alguns alunos da turma D voltaram a participar na campanha que decorreu entre os dias 28 de janeiro e 22 de fevereiro. Os alunos Afonso Ruano, Ana Borges, João Duarte, João Costa, João Silva, Luís Anjos, Luana Santos e José Barranhas estão envolvidos na descoberta preliminar de dois asteroides.
No final das respetivas campanhas, os participantes recebem um diploma enviado pelos responsáveis do projeto IASC.
Questão aos alunos: o que vos motivou a participar nesta atividade?
A possibilidade de descobrir asteróides;
A possibilidade de descobrir asteróides;
A possibilidade de descobrir asteróides.
Mais importante do que a confirmação das descobertas, é o entusiasmo, o empenho e o envolvimento dos alunos na atividade, sendo-lhes permitido perceber como funciona o método científico, bem como um pouco do trabalho dos astrónomos. Este serviço é fornecido sem nenhum custo!
Lília Pires
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